domingo, 23 de janeiro de 2011

“ Renascer “

Durante nove meses, senti me num estado de semiconsciência, numa inércia que me prendia o corpo e a alma…
Não conseguia mexer os membros, confinada a um espaço tão pequeno, tão escuro…
E eis que finalmente…
A luz começa a invadir o meu pequeno mundo, parece que as paredes que me confinaram os
movimentos durante este tempo se começam a expandir, a rasgar como se de tecido se tratasse, pequenos pedaços de fio ondulam a minha volta…
O ar entra nos meus pulmões puro como se doesse de tão frio que esta, o sol atinge a minha pele pálida de tanto tempo de escuridão…
Espreguiço-me pela primeira vez desde há muito tempo, estico os novos membros, adapto me a esta nova realidade…
Hoje a minha metamorfose completou-se…
“Aquilo que o homem chama de fim, a borboleta chama de começo…” (autor da frase desconhecido para mim..)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

“ Marina” Carlos Ruiz Zafón


“ Em Maio de 1980 desapareci do mundo durante uma semana. No espaço de sete dias e sete noites, ninguém soube do meu paradeiro.” Assim começa “Marina” de Carlos Ruiz Zafón.

Normalmente não escrevo sobre livros, apenas historias soltas que a minha fraca imaginação e os meus devaneios me oferecem em algumas alturas de estranha lucidez.

Mas este livro foi realmente a minha prenda de ano novo de mim para mim.Também eu me perdi na cidade de Barcelona tal como òscar Drei uma das personagens principais desta historia. 

Confesso que também eu chorei e sorri com as  personagens, Zafón escreve como poucos na minha mísera e ingénua opinião. Consegue transportar-nos para um mundo muito próprio e com ele criamos as nossas próprias memorias e recordações.

“Marina”, levou-me pelas ruas de Barcelona, pela ingenuidade e alegria da infância e pela certeza da morte, algo a que nenhum de nos esta impune.

Fez-me lembrar o quanto somos delicados e frágeis, e quanto o mundo de alguns depende de tão pouco. Tal como o Zafón também eu senti que me perdi e me voltei a encontrar ao longo das paginas desta historia, e quando acabei também eu deixei algo para trás, e que isso é algo que nos faz bem…

Para quem quiser tentar perceber  o que escrevi e senti, aconselho a lerem o livro, acho que só assim provavelmente vão entender o porque do meu texto.

Ao escritor que não conheço um OBRIGADO, muito especial pela historia maravilhosa e com um final real.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Feliz 2011

"Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas atiradas fora,
das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos,
dos tantos risos e momentos que partilhámos.


Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das
vésperas dos fins-de-semana, dos finais de ano, enfim...
do companheirismo vivido.

Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.


Hoje já não tenho tanta certeza disso.

Em breve cada um vai para seu lado, seja
pelo destino ou por algum
desentendimento, segue a sua vida.


Talvez continuemos a encontrar-nos, quem sabe... nas cartas
que trocaremos.

Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto
se tornar cada vez mais raro.


Vamo-nos perder no tempo...

Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e
perguntarão:
Quem são aquelas pessoas?
Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!


- Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons
anos da minha vida!

A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...
Quando o nosso grupo estiver incompleto...
reunir-nos-emos para um último adeus a um amigo.
E, entre lágrimas, abraçar-nos-emos.
Então, faremos promessas de nos encontrarmos mais vezes
daquele dia em diante.


Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a
sua vida isolada do passado.

E perder-nos-emos no tempo...


Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não
deixes que a vida
passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de
grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem
morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem
todos os meus amigos!"

                                                          Fernando Pessoa
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